
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), elevou o tom contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (29/05). Por meio da rede social X, Zema criticou a proposta do governo federal para aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), sugerindo que a medida penaliza a população.
“Alguém precisa frear essas barbeiragens. Já está ficando chato. Gasta sem dó e empurra a conta para o brasileiro pagar”, escreveu o governador.
Zema também fez um apelo ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que a Casa coloque em discussão e suspenda o aumento do imposto. “Para ontem”, reforçou o mineiro.
A crítica de Zema vem em um momento de tensão entre o Executivo e o Congresso em torno da política fiscal. Na noite de quarta-feira (28/05), Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), reuniram-se com Haddad na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília.
Após o encontro, Motta informou que o Congresso deu um prazo de 10 dias para que o ministro revogue o aumento do IOF. Caso o governo não recue até o início da semana de 9 de junho, parlamentares devem votar um projeto de decreto legislativo (PDL) para anular a medida da equipe econômica.
Além da revogação, alternativas vêm sendo debatidas para aumentar a arrecadação sem penalizar a população. Entre as opções estão o aumento da taxação sobre empresas de apostas (as chamadas bets) e fintechs, além de outras medidas de reestruturação tributária. No entanto, segundo relatos, Haddad não considera nenhuma dessas propostas uma solução ideal no momento.
A disputa em torno do IOF se insere em um contexto de pressões crescentes sobre o governo federal para ajustar as contas públicas sem recorrer a aumentos de tributos que afetem diretamente a população.