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servidores ameaçam greve para derrubar diretor

Servidores da  Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vão se reunir na próxima segunda-feira (23) para discutir a possibilidade de greve para pressionar pela derrubada do diretor-geral da instituição, Luiz Fernando Corrêa. A movimentação ocorre após Corrêa, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ser indiciado pela Polícia Federal no inquérito que apura o suposto esquema de espionagem de autoridades, apelidado de Abin Paralela.

A assembleia foi convocada pela União dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelis). Além do indicativo de greve, a entidade pretende entrar com uma ação na justiça para pedir a destituição de Luiz Fernando Corrêa.

“É inadmissível que indivíduos sobre quem pesam acusações graves de obstrução de Justiça continuem ocupando cargos de comando na Abin. Absurdo sequer cogitar a permanência da atual direção e a continuidade do processo de definhamento e desmonte da Inteligência de Estado”, diz a Intelis.

Nascido em Santa Maria (RS), em 1958, Corrêa é delegado de Polícia Federal aposentado e já atuou como diretor-geral do Departamento de PF e Secretário Nacional de Segurança Pública em outros governo do PT. A Intelis se opõe à indicação de delegados da Polícia Federal, caso de Corrêa, na cúpula da instituição.

A Gazeta do Povo procurou o governo federal para comentar o indiciamento do atual diretor-geral e aguarda retorno. Já a Abin disse que não se pronunciará sobre o assunto.

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A investigação sobre o caso da Abin Paralela apura se integrantes da instituição usavam instrumentos adquiridos pela agência durante os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB) para “coletar ilegalmente informações e alimentar o gabinete do ódio”. Segundo a PF, os agentes da Abin formaram uma “organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores durante a gestão Bolsonaro”.

Entre os indiciados está o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a Abin durante o governo Bolsonaro. Já no governo Lula, Luiz Fernando Corrêa teria “agido como o chefe de facto da agência, participou de reuniões de cúpula, teve acesso a informações sigilosas e realizou ações que notadamente tiveram o intento obstruir a investigação sobre a organização criminosa (ORCRIM) instalada no órgão”.

Segundo a PF, ele tinha conhecimento das irregularidades e ações clandestinas da gestão anterior, inclusive sobre a suposta instrumentalização da agência para atacar o sistema eleitoral.

“Sua primeira ação, ainda no exercício ilegal do cargo, foi a de minimizar o escândalo do uso clandestino da ferramenta FirstMile, afirmando que ‘a montanha vai parir um rato’, e de articular, juntamente com outros diretores, a proteção de Paulo Maurício Fortunato Pinto, um dos principais responsáveis pela degradação da Abin pela Orcrim [organização criminosa]”, diz um trecho do relatório da PF.

Da atual gestão, além de Corrêa, a PF indiciou Luiz Carlos Nóbrega, chefe de gabinete, e José Fernando Chuy, corregedor-geral do órgão. Todos os três foram nomeados no governo Lula.





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