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Servidor do STJ é investigado por ligação com lobista

Investigações da Polícia Federal (PF) mostram uma ligação de confiança entre Márcio Toledo Pinto, ex-servidor do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves. Este último é acusado de intermediar um esquema de venda de decisões judiciais na Corte. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O documento da PF também acusa Toledo de tentar eliminar provas ao apagar conversas e arquivos relevantes para a apuração.

Segundo o jornal, Toledo trabalhou nos gabinetes das ministras Nancy Andrighi e Isabel Gallotti, mas foi afastado depois de ser envolvido nos inquéritos. As magistradas não são investigadas. Entre as mensagens encontradas, o ex-servidor menciona a família de Gonçalves e compartilha fotos de um resort próximo à usina de Itaipu, no Paraná, que seria do lobista.

Provas e detalhes das investigações sobre vendas de sentenças no STJ

Além das conversas, o celular guardava comprovantes de depósitos feitos por uma empresa ligada a Gonçalves. As investigações sobre a venda de decisões e o repasse de informações no STJ são supervisionadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal.

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A defesa de Toledo informou à Folha que se manifestará no processo judicial, enquanto representantes de Gonçalves alegaram que “que se trata de caso rumoroso, pela natureza e consequências”. Os advogados também disseram que “respeitarão o sigilo imposto ao processo e somente se manifestarão nele”. 

O STJ, por sua vez, declarou à Folha que Toledo foi afastado e abriu processos administrativos para apuração dos fatos.

Em março de 2024, Toledo compartilhou imagens do resort no Paraná. Junto das fotos estava a seguinte mensagem: “É de Andreson”. O texto também menciona que o filho do ex-servidor “vai ficar louco” quando for ao local.

Conversas apagadas

Em agosto de 2024, Toledo avisou à sua mulher que encontraria Gonçalves depois das 19h. Outras conversas relevantes, segundo a PF, teriam sido apagadas.

“Há indícios de que o investigado Márcio Toledo Pinto tenha deletado conversas e demais arquivos de mídia potencialmente relevantes para a investigação, na suposta tentativa de ocultar a conduta criminosa e eliminar evidências que possam indicar sua participação nos fatos ora investigados”, diz o relatório da PF.

O STJ declarou que, diante das suspeitas de divulgação de informações sigilosas e influência em decisões, foram abertos dois processos administrativos disciplinares e uma sindicância investigativa | Foto: Reprodução/FreepikO STJ declarou que, diante das suspeitas de divulgação de informações sigilosas e influência em decisões, foram abertos dois processos administrativos disciplinares e uma sindicância investigativa | Foto: Reprodução/Freepik
O STJ declarou que, diante das suspeitas de divulgação de informações sigilosas e influência em decisões, foram abertos dois processos administrativos disciplinares e uma sindicância investigativa | Foto: Reprodução/Freepik

Entre os diálogos apagados estão conversas com um número que seria de Gonçalves, salvo no telefone como “Flamenguista”. Toledo também apagou conversas com Daimler Alberto de Campos, ex-chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti, investigado no caso.

O nome de Campos aparece em diálogos obtidos pela PF, nos quais Gonçalves relata cobranças financeiras feitas pelo então chefe de gabinete. Até o momento, não foram localizadas conversas diretas entre os dois. A defesa de Campos garantiu que ele não cometeu irregularidades.

Consequências administrativas e desdobramentos

Toledo é investigado pela PF por alterações de documentos em processos judiciais, realizadas em poucos minutos. Isso impedia a visualização por outros servidores, conforme decisão do ministro Zanin.

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O STJ declarou que, diante das suspeitas de divulgação de informações sigilosas e influência em decisões, foram abertos dois processos administrativos disciplinares e uma sindicância investigativa. O tribunal esclareceu que três procedimentos seguem em andamento e que Toledo permanece afastado por decisão judicial do STF, sem exercer funções no tribunal.

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