Politica

quem são os deputados da “linha de frente” de Bolsonaro

Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) impedido de disputar eleições até 2030, um núcleo influente de deputados e senadores passou a liderar a agenda da direita no Congresso. São parlamentares alinhados ao ex-presidente que vêm ganhando espaço nas comissões mais relevantes da Câmara e assumindo o protagonismo no enfrentamento ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Com forte presença nas redes sociais e discursos voltados a temas como segurança, conservadorismo e críticas ao STF, esse grupo mantém vivo o bolsonarismo no Parlamento e já se articula para 2026.

Desde que Lula assumiu a Presidência, a oposição viu sua base legislativa se reorganizar em torno de nomes que hoje personificam o pensamento de direita no país. Deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG), Carol De Toni (PL-SC) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) assumiram papéis de destaque e passaram a liderar comissões, articulações e pautas que refletem as bandeiras do eleitorado de direita.

Conheça quem são os principais nomes dessa nova vanguarda da oposição.

Confira quem são os parlamentares: 

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

Natural de Maceió (AL), Sóstenes Cavalcante nasceu em 16 de janeiro de 1975. Ele construiu sua trajetória política no Rio de Janeiro, especialmente na Baixada Fluminense, onde sua família se estabeleceu. É teólogo, casado e pai de dois filhos. 

No ano de 2014, foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro e reeleito nos pleitos seguintes. Sua formação religiosa e atuação pastoral o aproximaram da Frente Parlamentar Evangélica, que presidiu em 2022.

No biênio de 2023-2024, assumiu a 2° Vice Presidência da Câmara. Neste ano, foi alçado à liderança do Partido Liberal, sucedendo o deputado Altineu Cortes (PL-RJ) à frente da maior bancada da Câmara, com cerca de 90 parlamentares. 

Ele teve forte atuação para aprovação de pautas conservadores, como a redução da maioridade penal, em 2015, na Câmara. Desde então, a medida segue no Senado, onde não foi apreciada.

Em 2024, propôs o PL 1904/2024, que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio simples, inclusive em casos de gestação decorrente de estupro. Recentemente, o deputado também tem atuado pela aprovação do PL da anistia.

Zucco (PL-RS)

Com uma carreira marcada pela atuação na segurança pública e na área militar, o deputado federal Tenente-Coronel Zucco (PL-RS) é um dos nomes mais expressivos da nova direita no Congresso. Eleito em 2022 com 259.023 votos, foi o deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul.

Em 2022, filiou-se ao Republicanos e conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados com votação expressiva, consolidando-se como uma das principais lideranças conservadoras do estado. No ano seguinte, saiu da legenda e se filiou ao Partido Liberal. No final de 2024, assumiu a liderança do bloco de oposição, substituindo o deputado Filipe Barros (PL-PR).

Natural de Alegrete (RS), Zucco nasceu em 9 de março de 1974. É formado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e possui uma extensa formação na área de segurança, incluindo cursos no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e na SWAT, nos Estados Unidos. Também estudou terrorismo e contraterrorismo na Georgetown University e possui mestrado em inteligência estratégica, além de MBA executivo em segurança privada.

Durante sua carreira militar no Exército, atuou no Comando Militar do Sul e participou de missões de segurança presidencial em todo o território nacional e em mais de 15 países.

Antes disso, em 2018, foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul com 166.747 votos, iniciando sua trajetória política.

Nikolas Ferreira (PL-MG)

Deputado federal mais votado do Brasil em 2022, Nikolas Ferreira (PL-MG) tem se destacado como uma das principais vozes da oposição ao governo federal. Aos 26 anos, o parlamentar mineiro utiliza as redes sociais como principal ferramenta de atuação política, com vídeos que frequentemente viralizam e geram repercussão nacional, como sua atuação à frente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

Neste ano, o parlamentar mineiro se destacou pela repercussão nas redes sociais com vídeos sobre o caso da intenção do governo Lula de fazer o monitoramento das transações via Pix, a favor da proposta de anistia aos presos do 8 de janeiro e ainda em relação ao escândalo envolvendo o INSS e o roubo dos aposentados. Em todos esses episódios, suas publicações alcançaram milhões de visualizações e provocaram reações do Palácio do Planalto.

Natural de Belo Horizonte, ele é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Iniciou sua trajetória política em 2016 como militante da direita nas redes sociais, especialmente no YouTube. Em 2020, foi eleito vereador da capital mineira, tornando-se o segundo mais votado da história da cidade. Dois anos depois, conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados com a maior votação já registrada em Minas Gerais e no país.

Paulo Bilynskyj (PL-SP)

Eleito em 2022 para seu primeiro mandato como deputado federal, Paulo Bilynskyj (PL-SP) assumiu protagonismo na Câmara dos Deputados em assuntos relacionados à segurança pública.

Em março deste ano, foi escolhido para presidir a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, uma das mais estratégicas da Casa. No mês seguinte, liderou a articulação que resultou na criação de uma subcomissão destinada a fiscalizar denúncias de abusos relacionados aos atos de 8 de janeiro.

Delegado de polícia desde 2012, Bilynskyj tem 38 anos e nasceu em São Paulo. Já ocupou os cargos de vice-líder do PL e da oposição na Câmara. Sua trajetória política é marcada por uma postura combativa e por pautas ligadas à segurança e ao combate ao crime.

Em 2020, ele sobreviveu a uma tentativa de homicídio em sua residência, em São Bernardo do Campo (SP). Segundo a Polícia Civil, a então namorada do deputado teve um surto psicótico motivado por ciúmes, atirou contra ele e, em seguida, tirou a própria vida. Bilynskyj foi atingido por seis disparos, passou por diversas cirurgias e, teve sequelas – incluindo a amputação do dedo médio da mão direita.

Filipe Barros (PL-PR)

Atual presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, Filipe Barros (PL-PR) tem desempenhado um papel estratégico na política externa brasileira. À frente do colegiado, o deputado paranaense acompanha de perto os acordos comerciais entre Brasil e China e tem repercutido possíveis sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Antes de assumir a presidência da CREDN, Barros também liderou a oposição na Câmara, consolidando-se como uma das principais vozes críticas ao governo federal.

Natural de Londrina (PR), Filipe Barros tem 34 anos e é formado em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Sua atuação política começou ainda no ambiente estudantil, quando presidiu o Diretório Central dos Estudantes da UEL entre 2012 e 2013.

Em 2016, foi eleito vereador em Londrina, onde teve papel decisivo na aprovação do Dia do Nascituro na cidade. Dois anos depois, conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSL (atual União Brasil) e foi reeleito em 2022 pelo PL.

Carol De Toni (PL-SC)

À frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 2024, a deputada Carol De Toni (PL-SC) consolidou-se como uma das principais articuladoras da oposição na Câmara dos Deputados. Sob sua presidência, a comissão — considerada a mais importante da Casa — aprovou o PL da Anistia. O texto, porém, ainda não analisado no plenário da Câmara. 

Além disso, ela pautou temas de interesse da base oposicionista no colegiado, como a PEC das Drogas, a PEC da Vida e um pacote de projetos voltados ao enfrentamento do ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, Carol ocupa o cargo de líder da Minoria na Câmara.

Natural de Chapecó, no oeste catarinense, Carol De Toni tem 37 anos, é advogada formada pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e mestre em Direito Público pelo Centro Universitário Estácio de Santa Catarina. 

Sua trajetória política teve início em 2018, quando foi eleita deputada federal pelo PSL, tornando-se a mulher mais votada do estado, com 109.363 votos. Em 2022, já filiada ao PL, foi reeleita com 227.632 votos — a maior votação de Santa Catarina, representando 5,72% do eleitorado estadual.

Bia Kicis (PL-DF)

Figura de destaque entre os parlamentares de direita eleitos em 2018, Bia Kicis (PL-DF) consolidou sua trajetória política a partir da militância nas redes sociais durante os protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Desde então, tornou-se uma das principais representantes do conservadorismo no Congresso Nacional.

Em 2021, durante o governo Bolsonaro, presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde articulou a aprovação de pautas como o homeschooling e a revogação da PEC da Bengala — proposta que reduz de 75 para 70 anos a idade para aposentadoria compulsória de ministros do Supremo Tribunal Federal. No caso da educação domiciliar, o projeto foi aprovado na Câmara, mas ainda tramita no Senado. Já a PEC da Bengala ainda não foi votada no plenário da Câmara.

Em 2024, assumiu a liderança da Minoria na Câmara, reforçando sua posição de comando na oposição.

A deputada também teve papel relevante na aproximação entre o então presidente Jair Bolsonaro e o economista Paulo Guedes, que viria a assumir o Ministério da Economia na gestão passada.

Bia Kicis nasceu em Resende (RJ) e tem 63 anos. Ela é formada em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e é procuradora aposentada do Distrito Federal, cargo que ocupou entre 1992 e 2016.

Eleita deputada federal em 2018 pelo PRP, migrou para o PSL no ano seguinte e, posteriormente, para o PL. Em 2022, foi reeleita com 214.733 votos, a maior votação do Distrito Federal — mais que o dobro dos votos obtidos em sua primeira eleição.

Magno Malta (PL-ES)

Pastor da Assembleia de Deus e aliado histórico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Magno Malta (PL-ES) voltou ao Senado Federal em 2023, após ser eleito com 41,95% dos votos válidos no Espírito Santo. Com uma trajetória política iniciada na década de 1990, o senador é uma das figuras mais influentes da bancada conservadora no Congresso Nacional.

Natural de Macarani, na Bahia, Magno Malta nasceu em 16 de outubro de 1957. Além da atuação religiosa, também é músico e é conhecido por seu discurso combativo em defesa de pautas conservadoras e de segurança pública. Ingressou na vida pública em 1992, como vereador em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Em seguida, foi eleito deputado estadual em 1994 e deputado federal em 1998.

Foi deputado federal entre 1999 e 2002, e senador entre 2003 e 2019. Após um período fora do Congresso, retornou à Casa Alta em 2023, reforçando a presença da direita no Legislativo.

No Congresso, Malta ganhou notoriedade ao presidir comissões parlamentares de inquérito (CPIs) de grande repercussão, como a do Narcotráfico, ainda na Câmara, e a da Pedofilia, já como senador.

Marco Feliciano (PL-SP)

Deputado federal por São Paulo, Marco Feliciano (PL-SP) é um dos nomes mais antigos e influentes da bancada evangélica no Congresso Nacional. Pastor da Assembleia de Deus, cantor gospel e conferencista, Feliciano construiu sua trajetória política com forte apelo religioso e conservador, sendo um dos primeiros aliados de Jair Bolsonaro ainda antes da eleição do ex-presidente.

Nascido em 12 de outubro de 1972, em Orlândia (SP), é casado e pai de três filhas. Sua projeção nacional começou fora da política, por meio de sua atuação como líder religioso e comunicador no meio evangélico.

Foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2010, pelo Partido Social Cristão (PSC), com 212 mil votos — sendo o segundo evangélico mais votado do país naquele pleito. Desde então, tem mantido presença constante na Câmara, sempre vinculado a pautas conservadoras e de defesa dos valores cristãos.

Ficou nacionalmente conhecido ao assumir, em 2013, a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. Sua gestão foi marcada por intensos embates com parlamentares de esquerda e movimentos sociais, especialmente em torno de temas como ideologia de gênero e aborto.  À época, enfrentou forte resistência, mas contou com o apoio de poucos aliados — entre eles, o então deputado Jair Bolsonaro.

Rogério Marinho (PL-RN)

Senador pelo Rio Grande do Norte desde 2023, Rogério Marinho (PL-RN) é uma das principais lideranças da oposição no Senado Federal. Economista e empresário, ele ganhou projeção nacional ao integrar o governo Jair Bolsonaro, onde foi peça-chave na articulação da Reforma da Previdência, aprovada em 2019, e na formulação da Carteira Verde e Amarela — proposta resgatada pela Câmara em 2024.

Natural de Natal (RN), Marinho tem 60 anos e é formado em Ciências Econômicas pela Universidade Potiguar (UnP). Atuou como professor da rede estadual de ensino nos anos 1980 e iniciou sua carreira política em 2000, como vereador da capital potiguar. Foi reeleito para o cargo e, em 2012, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, no governo de Rosalba Ciarlini.

Na Câmara dos Deputados, exerceu três mandatos como deputado federal. Em 2018, foi nomeado secretário especial da Previdência e Trabalho pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes. Em 2020, assumiu o Ministério do Desenvolvimento Regional, onde permaneceu até o fim do governo Bolsonaro.

Filiado ao PL, Marinho disputou a presidência do Senado em 2023, mas foi derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ainda assim, assumiu a liderança da oposição na Casa, tornando-se uma das principais vozes contrárias ao governo Lula no Congresso.

Damares Alves (Republicanos-DF)

Eleita senadora pelo Distrito Federal em 2022, Damares Alves (Republicanos-DF) é uma das principais representantes da ala conservadora no Congresso Nacional. Com 714.562 votos, consolidou sua força política após ganhar projeção como ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro.

Nascida em Paranaguá (PR), em 11 de março de 1964, Damares Regina Alves é formada em Direito pela Faculdade de Direito de São Carlos e em Pedagogia pela Faculdade Pio Décimo. Sua trajetória de militância social começou ainda nos anos 1980, quando participou da fundação do Comitê Estadual de Sergipe do Movimento Nacional Meninas e Meninos de Rua. Também atuou na defesa dos direitos de mulheres pescadoras e trabalhadoras rurais.

A partir dos anos 2000, passou a trabalhar como assessora parlamentar no Congresso Nacional, função que exerceu por duas décadas. Sua atuação em defesa dos direitos humanos e sua forte ligação com o segmento evangélico foram determinantes para sua nomeação no governo Bolsonaro como ministra em 2019. À frente da pasta, priorizou pautas como o combate à pedofilia e à ideologia de gênero, alinhando-se à agenda conservadora do governo.

Atualmente, além do mandato no Senado, Damares é secretária nacional do Mulheres Republicanas, braço feminino do partido.

Cleitinho (Republicanos-MG)

Natural de Divinópolis (MG), Cleiton Gontijo de Azevedo nasceu em 15 de abril de 1982. De origem humilde, trabalhou com a família no comércio local antes de entrar na política. É casado, pai de dois filhos, e também atua como cantor e compositor.

Iniciou a carreira política como vereador em 2016. Em 2018, foi eleito deputado estadual com 115 mil votos. No mandato, focou sua atuação em propostas que controlassem os gastos públicos

Em 2022, foi o senador mais votado de Minas Gerais, com aproximadamente 4,2 milhões de votos. No Senado, mantém o foco em pautas como reforma política, uso eficiente dos recursos públicos e fiscalização dos gastos do governo.

Parlamentares da direita citados na reportagem





Fonte















Autor

admin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *