
O deputado federal suplente Coronel Tadeu (PL-SP) deve assumir nos próximos meses a vaga da deputada Carla Zambelli, caso a Câmara confirme a perda do mandato da parlamentar.
Luiz Tadeu Giannini, conhecido como Coronel Tadeu, é coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo e piloto de helicóptero. Foi deputado federal entre 2019 e 2023, eleito com forte apoio da base conservadora. Suas principais bandeiras incluem a defesa da segurança pública, críticas à leniência do Judiciário com criminosos e a valorização dos profissionais da área.
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Caso assuma o mandato, o coronel pretende priorizar mudanças no Código de Processo Penal conforme revelou a Oeste.
“A lei penal não precisa ser endurecida, mas o processo penal precisa ser modificado radicalmente”, defendeu. Segundo ele, interpretações jurídicas têm levado à soltura de criminosos por questões meramente formais. “Hoje, ser policial no Brasil está desanimador.”
Coronel Tadeu diz que PEC de Lewandowski é “cortina de fumaça”
Tadeu também vê com ceticismo a PEC da Segurança Pública, proposta pelo ministro Ricardo Lewandowski. “É uma cortina de fumaça”, disse. “O que falta é investimento real e agilidade na execução do Fundo Nacional de Segurança Pública.”
Sobre o cenário no Congresso, Tadeu reconhece que a oposição ainda é minoritária, mas aposta em um fortalecimento gradual do campo conservador: “Tem muita gente que se afastou da pauta da direita e agora começa a voltar”, disse o político. “O eleitorado conservador no país é muito grande.”
Ele também prevê dificuldades crescentes para o governo Lula aprovar pautas na Câmara: “O governo vai começar a enfrentar um plenário mais adverso”, disse.
Sucessão presidencial
Em relação a 2026, Tadeu aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro como primeira opção da direita. Caso Bolsonaro permaneça inelegível, vê Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas como alternativas viáveis. “Se fosse hoje, eu apostaria no Tarcísio”, afirmou.
Mesmo com um mandato possivelmente curto, Tadeu já tem projetos prontos, especialmente na área de segurança pública. “Quero deixar a semente plantada”, disse.
Condenação de Carla Zambelli
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a perda de mandato pelos crimes de invasão de sistema informático e falsidade ideológica. Ela foi acusada de ter coordenado, junto ao hacker Walter Delgatti, a inserção de documentos falsos nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
A Primeira Turma do STF a condenou a 10 anos de prisão em regime fechado e determinou a perda de seu mandato parlamentar, conforme previsto na Constituição Federal para casos em que a pena impede o parlamentar de comparecer a um terço das sessões legislativas.