
O delegado Ricardo Andrade Saadi, da Polícia Federal (PF), foi indicado para assumir a presidência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com posse prevista para o dia 1º de julho. A nomeação foi feita pelo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, depois do pedido de demissão de Ricardo Liáo, que estava no cargo desde agosto de 2019.
Saadi possui trajetória ligada ao combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e à corrupção. Atualmente, ocupa o cargo de diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção na PF. Segundo nota divulgada pelo BC, sua escolha está alinhada à missão do órgão de inteligência financeira.
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O Coaf é responsável por supervisionar setores econômicos sob sua alçada, com foco na proteção da sociedade contra práticas ilícitas, como a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo. A instituição destaca que a “larga experiência” do novo presidente contribuirá para esse trabalho.
O comunicado também oficializa a saída de Liáo, servidor aposentado do BC, “reconhecendo e valorizando todo o empenho, dedicação e profissionalismo com que conduziu suas funções ao longo do período em que se dedicou ao Coaf”.
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Coaf teve o menor orçamento dos últimos cinco anos
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva destinou a menor verba em cinco anos para o Coaf. O órgão recebeu R$ 17,6 milhões de verba para o ano de 2024, com R$ 8,4 milhões já empenhados no mês de abril.
O montante disponível para despesas discricionárias foi 30% a menos do que em 2023. O valor não é vinculado a gastos obrigatórios, como folha de pagamento. Liáo, na ocasião, afirmou que o órgão encontrava dificuldades para “sobreviver” e desempenhar seu papel. “Mas vamos fazer das tripas coração e tentar superar isso aí.”


Os R$ 17,6 milhões destinados pelo governo federal para o Coaf foi o menor desde 2019, ao considerar os números atualizados pela inflação. Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira mostram o gasto de R$ 8,4 milhões.
O valor já gasto neste ano pelo Coaf foram empenhados em despesas como diárias, passagens aéreas, contribuições para organismos internacionais, serviços de tecnologia de informação e equipamentos. No ano passado, o conselho tinha R$ 23,6 milhões para esse tipo de despesa e utilizou 99,8% do montante.
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