
Parlamentares da oposição repercutiram nesta quarta-feira (28) a decisão do Estados Unidos de impor restrições de visto a líderes e autoridades estrangeiras acusados
de serem “cúmplices de censura a norte-americanos”. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, por meio da rede social.
Em resposta à publicação do secretário, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o Brasil está cheio de “cúmplices de censura”. “A América está trazendo esperança para todos os lutadores pela liberdade”, escreveu o congressista licenciado.
Apesar do secretário Rubio não mencionar os nomes de autoridades brasileiras, alguns parlamentares apostas que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), constará na lista de restrição de visto.
“Hoje é aniversário do Marco Rubio, mas quem ganha o presente é o Moraes”, escreveu o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) destacou que a medida dos EUA é uma “resposta direta contra a tirania e o autoritarismo que também enfrentamos no Brasil”. “A medida vale para quem persegue cidadãos americanos por postagens nas redes e para quem pressiona empresas dos EUA a aplicar censura no mundo. Como presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade de Expressão, seguimos firme na luta. A liberdade irá vencer!”, escreveu a deputada no X.
O senador Marcos Pontes (PL-SP) celebrou a decisão dos EUA como um “grande dia”. “Grande Dia! O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou restrição de visto contra autoridades estrangeiras cúmplices de censurar americanos”, escreveu.
Governistas classificam como “absurdas” medidas dos EUA
Para o vice-líder do governo, deputado Zarattini (PT-SP) a sanção imposta pelo governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes e outras decisões como a suspensão de visto para estudantes e o aumento de tarifas são “absurdas”.
“Parece até mentira, mas não é: o governo Trump determinou a suspensão dos vistos para estudantes nos EUA. Essa é mais uma das decisões absurdas que Trump vem tomando, além do aumento das tarifas contra outros países, inclusive aliados, como o Canadá e o Brasil. Agora, surge a suposta tentativa de aplicar a Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, uma lei que, até hoje, só foi utilizada contra criminosos e nunca contra autoridades estrangeiras”, escreveu o petista.
Por outro lado, integrantes do Itamaraty avaliam que a medida é mais branda do que se imagina e não deve impactar na relação com o Brasil. Em uma audiência na Câmara, nesta quarta (28), o ministro Mauro Vieira afirmou
Segundo Vieira, a diplomacia brasileira vem conversando com os americanos para que a situação seja apaziguada. Interlocutores avaliam que uma eventual punição a Moraes nos EUA poderia representar uma forma de interferência internacional no judiciário brasileiro, o que não seria tolerado pelo Palácio do Planalto.