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Mensagens sugerem que Cid pode ter mentido ao STF, diz revista

Uma série de mensagens supostamente escritas e enviadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para um interlocutor não identificado por meio de um perfil da rede social Instagram sugerem que ele pode ter mentido em seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana. As mensagens foram reveladas pela revista Veja nesta quinta-feira (12) e podem diminuir a credibilidade de informações prestadas pelo principal colaborador da Procuradoria-Geral da República. A defesa de Cid, porém, afirma que as mensagens são falsas.

A revista Veja publicou uma série de mensagens supostamente escritas por Cid entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024. Elas seriam endereçadas a um aliado de Jair Bolsonaro que não teve o nome revelado pela revista. Nelas, Cid disse que a Polícia Federal tentava manipular seus depoimentos como delator do caso e opinou que o ministro Alexandre de Moraes já em 2024 estava decidido sobre a condenação de Bolsonaro e dos ex-ministros e generais Augusto Heleno Ribeiro Pereira e Walter Souza Braga Netto.

Antes do vazamento do conteúdo das supostas mensagens, Cid foi questionado sobre elas no início da semana em interrogatório no STF pelo advogado de defesa de Bolsonaro, Celso Vilardi. “Quero saber se ele fez uso em algum momento para falar de delação de um perfil no Instagram que não está no nome dele”, indagou o advogado na segunda-feira (9). Cid disse que não.

O defensor do ex-presidente insistiu: “Ele nunca usou perfil de mídia social para falar com ninguém?” Cid, de novo, garantiu que não. “Conhece um perfil chamado “gabrielar702?”, tentou mais uma vez o advogado. Cid, nesse momento, gaguejou: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”. 

Ao assinar o acordo de delação premiada com a Justiça, Cid assumiu o compromisso de falar a verdade, manter em segredo o teor de suas revelações, não ter contato com outros investigados nem usar redes sociais. Se a troca de mensagens for verdadeira, em teoria, ele pode ter mentido no interrogatório. Isso pode colocar em risco seu acordo de delação premiada e fornecer argumentos para as defesas dos réus desqualificarem suas afirmações.

O teor das mensagens no Instagram é parecido com os áudios obtidos e divulgados pela Veja no ano passado. Com as revelações, Cid foi preso e seu acordo de delação por pouco não foi rompido. Na época, ele justificou que as conversas eram um mero desabafo de quem atravessava uma situação difícil.  

Na manhã de sexta-feira (13), um mandado de prisão contra Cid foi expedido e cancelado em seguida pela Justiça devido a outra questão. A Polícia Federal investiga se o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, tentou intermediar a emissão de um passaporte de Portugal para facilitar uma suposta tentativa de Cid deixar o Brasil sem autorização do STF. Machado foi preso e Cid prestou depoimento na Polícia Federal e foi liberado em seguida.

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Defesa de Cid alega que mensagens são falsas

Os advogados de Mauro Cid afirmam que a matéria e todo o seu conteúdo são falsos. “Esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid, pois, ainda que seja coincidente com o nome de sua esposa (Gabriela), com ela não guarda qualquer relação”, disse a defesa do tenente-coronel em uma manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes nesta quinta-feira (12).

Eles também pediram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma investigação para apurar a titularidade e o uso dos perfis “Gabriela R” ou “@Gabrielar702”.

“Mauro Cesar Barbosa Cid, reitera, mais uma vez, que cumpriu todos os termos de sua colaboração premiada, inclusive, quanto ao sigilo e demais cautelares diversas da prisão que lhe foi concedido”, concluem.





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