Empresas nacionais e estrangeiras conquistaram nesta terça-feira, 17, o direito de explorar 19 novas áreas de petróleo na bacia da Foz do Amazonas. O leilão, promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), mobilizou debates internos no governo Lula e protestos ambientais.
A concessão amplia o território explorado de 5,7 mil para 21,9 mil quilômetros quadrados. Petrobras, Exxon, Chevron e CNPC desembolsaram R$ 844 milhões em bônus de assinatura pelo direito de exploração.
A disputa envolveu dois consórcios: um entre Petrobras e Exxon, que levou dez blocos, e outro com Chevron e CNPC, que ficou com nove. Este foi o primeiro leilão com áreas da Foz do Amazonas desde 2003.
Interesse crescente na Foz do Amazonas


A Foz do Amazonas tornou-se prioridade para o setor devido à perspectiva de esgotamento do pré-sal na próxima década. Descobertas recentes de petróleo na Guiana e no Suriname elevaram o interesse pela região, vista como essencial para reposição das reservas brasileiras.
Protestos de ambientalistas e comunidades indígenas ocorreram durante o leilão, enquanto o Ministério Público Federal do Pará tentou, sem sucesso, barrar a oferta na Justiça. O impasse ambiental se intensifica, pois os pareceres que autorizam a concessão expiram na quarta-feira 18.
O leilão fez a bacia alcançar 28 blocos sob contratos ativos, sendo nove deles licitados nos anos 2000. Entre eles está o bloco 59, que já gerou conflitos entre a Petrobras e o Ibama. A Petrobras se prepara para um simulado de perfuração, última fase antes de buscar licença ambiental definitiva, ainda enfrentando resistência do órgão ambiental.
Posicionamentos e críticas depois do leilão
Antes do leilão, a diretora-geral interina da ANP, Patricia Baran, destacou a importância de explorar novas fronteiras energéticas no Brasil. Segundo ela, fontes tradicionais ainda serão essenciais por muito tempo para atender à demanda crescente e impulsionar o crescimento econômico.
Depois, a porta-voz do Greenpeace Brasil, Mariana Andrade, criticou a Petrobras por assumir dez blocos em parceria com a ExxonMobil. Para ela, a estatal está se envolvendo em um projeto político arriscado que compromete a credibilidade ambiental do país.
Durante a sessão, a ANP também licitou um bloco na bacia do Parecis (MT), arrematado pela novata Dillianz. Mesmo fora da malha de gasodutos, a região chama atenção pelo potencial de gás natural e crescimento econômico.
Na bacia Potiguar não houve interessados. Já na bacia de Santos, 11 blocos foram vendidos por R$ 133 milhões, com Karoon, Shell e Equinor entre as compradoras. Na bacia de Pelotas, Petrobras e Galp pagaram R$ 11,5 milhões por três blocos, atraídas por semelhanças geológicas com áreas promissoras da África.
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