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Embaixador critica posicionamento do governo brasileiro sobre Israel: ‘Grande erro’

O embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, criticou as recentes declarações do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, sobre a possibilidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotar sanções contra o Estado judeu. Para Zonshine, romper as relações bilaterais seria um “grande erro”.

Em entrevista a Oeste, o diplomata reagiu ao movimento da esquerda brasileira, que pressiona por um distanciamento entre os dois países.

Zonshine lembrou que as relações entre Brasil e Israel não se resumem a governos: “São fortes, baseadas na história, em valores e interesses”.

Diplomata vê ideologia e preconceito nas críticas a Israel

Zonshine também avaliou que o viés político interfere no tratamento que o governo brasileiro dá ao Estado de Israel.

Conforme explicou, o contraste ideológico entre os dois países resulta em divergências.

“O governo de Israel é de direita, e o brasileiro é de esquerda”, observou Zonshine. “Então, é provável que haja divergências de visão. Gostaria de acreditar que os interesses mútuos devem – e irão – superar essas diferenças ideológicas.”

Embaixador vê preconceito e ideologia por trás das críticas contra Israel | Foto: Reprodução/ WikipediaEmbaixador vê preconceito e ideologia por trás das críticas contra Israel | Foto: Reprodução/ Wikipedia
Embaixador vê preconceito e ideologia por trás das críticas contra Israel | Foto: Reprodução/Wikipedia

Segundo o embaixador, muitas das manifestações contra Israel, no entanto, se disfarçam sob argumentos ideológicos, mas carregam preconceitos. “É bastante provável”, disse. “Em vários casos, envolve uma abordagem ideológica e, em outros, até mesmo antissemitismo.”

Zonshine responsabiliza o Irã por financiar o terrorismo

Por fim, o embaixador alertou para o papel central do Irã na desestabilização da região. Na avaliação dele, o Ocidente, por sua vez, demonstra ingenuidade ao lidar com o regime iraniano.

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“Falta, sim, essa clareza”, afirmou Zonshine. “Sabemos, com certeza, que o Irã está treinando, financiando e armando grupos terroristas no Oriente Médio e além.”

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Zonshine defendeu o direito de Israel à legítima defesa. Ao longo da entrevista, ele reforçou que, apesar das diferenças políticas, a cooperação com países aliados deve se manter baseada em princípios — e não em ideologias partidárias.

O que diz o embaixador de Israel em Brasília

Como o senhor vê as mobilizações pró-Palestina no Brasil?

Estamos cientes de alguns elementos de apoio à causa palestina. Desde que não ajam contra Israel, é menos problemático para mim. Acredito que nem todos realmente conhecem a região, os problemas e sua complexidade, e estão apenas seguindo tendências ideológicas. Acredito que esses públicos não são tão numerosos, mas mais visíveis do que sua real representatividade.

O senhor vê motivação ideológica nas críticas do governo brasileiro a Israel?

O governo de Israel é de direita, e o brasileiro é de esquerda. Então, é provável que haja divergências de visão. É claro que existem diferenças de opiniões e visões ideológicas entre os dois governos, e algumas críticas podem estar ligadas a isso. Gostaria de acreditar que os interesses mútuos devem – e irão – superar essas diferenças ideológicas.

Israel está preparado para uma guerra direta com o Irã, caso os ataques se intensifiquem?

É difícil prever os próximos passos do conflito. Israel e Irã estão a quase 2 mil km de distância um do outro. Então, não espero uma invasão terrestre de nenhum dos lados. No entanto, as coisas podem se deteriorar para causar danos mútuos, e espero que possamos evitar isso.

O senhor acredita que parte da imprensa e de líderes ocidentais relativiza a ameaça iraniana por questões políticas ou ideológicas?

Isso é bastante provável. Em vários casos, envolve uma abordagem ideológica e, em outros, até mesmo antissemitismo. A ameaça iraniana a Israel é muito real, e é mais fácil estar sentado em uma cidade na Europa, por exemplo, e criticar Israel sem entender a realidade da região.

Falta clareza ao Ocidente sobre o apoio do Irã a grupos terroristas?

Falta. Sabemos, com certeza, que o Irã está treinando, financiando e armando grupos terroristas no Oriente Médio e além. E, às vezes, é cômodo para as pessoas fecharem os olhos e não enxergarem a influência de longo prazo e a ameaça futura ao seu modo de vida. O Irã, por definição, está exportando e promovendo uma revolução que contradiz o atual modo de vida liberal e democrático.





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