
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez um apelo à militância para que defenda a elegibilidade do pai, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de 2026 contra o que seria um candidato da “direita permitida” por setores da sociedade, como o mercado financeiro.
Foi uma indireta às articulações de bastidores que pretendem convencer o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) a disputar a presidência no ano que vem. Ele, no entanto, tem sido categórico de que pretende se candidatar à reeleição no estado.
“Eu não sei ainda se no Brasil as pessoas entenderam. Sem Bolsonaro, com Bolsonaro condenado, a gente não vai ter uma eleição normal no Brasil. A gente vai ter uma eleição onde, no máximo, poderá ser eleita uma ‘direita permitida’, o que fica longe de atender aos anseios populares, o que significa dizer que o establishment ainda seguirá dando as cartas no Brasil”, afirmou em entrevista ao canal Estúdio 5º Elemento, no YouTube, no último domingo (15).
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Atualmente em autoexílio nos Estados Unidos, Eduardo tenta articular junto ao entorno de Donald Trump sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado que envolve o ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro ainda criticou o alinhamento de governadores da direita com setores da economia, como o mercado financeiro, que está mais propenso a candidaturas conservadoras mais contidas.
“Eu desconfiaria, né? Acho que, quando você entra na vida pública, tem que priorizar o interesse público, e não deste ou daquele segmento. Ainda mais quando você assume certas posições”, disparou.
Nos bastidores, cresce a pressão dentro do PL para que o partido encontre uma alternativa viável à possível inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Uma das opções é a composição de uma chapa liderada por Tarcísio com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como vice, proposta que conta com o apoio de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda.
Apesar disso, Eduardo não esconde a resistência e trabalha para se consolidar como o herdeiro político do pai, caso a Justiça confirme a inelegibilidade do ex-presidente.
“As pessoas que pensam diferente do Bolsonaro, que acham que ele é uma página virada, ainda não têm conforto para dizer isso abertamente e serem eleitas. Elas sabem que precisam de Bolsonaro para sua eleição”, afirmou.
Para ele, há até quem torça pela saída de Bolsonaro do cenário político para abrir espaço a uma “nova direita”. Mas completou afirmando que “cada vez mais, você vai depurando”.