
Apesar de liderar a ofensiva contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Partido Liberal (PL) registrou dois votos contrários ao regime de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo 314/2025. O PDL revoga o decreto do Executivo sobre o imposto. A votação ocorreu nesta segunda-feira, 16. No final, houve 346 votos favoráveis e 97 contrários. Assim, o texto pode ser apreciado a qualquer momento em plenário.
Os votos dissonantes partiram dos deputados Antônio Carlos Rodrigues (SP) e Sonize Barbosa (AP), contrariando a orientação da sigla e do ex-presidente Jair Bolsonaro, principal fiador político do PL. A legenda reúne 90 parlamentares na Câmara, mas 11 estavam ausentes. Dos 79 presentes, 76 votaram a favor, o que representa 96% da bancada em plenário.
PL lidera resposta a Lula
A articulação para votar com urgência o PDL surgiu depois de o governo de Lula da Silva publicar uma medida provisória, que eleva tributos, e editar um decreto que revogava apenas parcialmente o reajuste do IOF. A manobra irritou o Congresso, que enxergou na estratégia do Executivo uma tentativa de driblar o debate parlamentar.
Diante disso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu pautar o requerimento de urgência. O movimento marca uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende o aumento do imposto como forma de reforçar a arrecadação e equilibrar as contas públicas.
A reação parlamentar, por sua vez, tenta frear a escalada tributária do governo e recuperar protagonismo político diante de decisões unilaterais do Planalto. O PDL em discussão pretende anular o decreto presidencial e barrar o aumento do IOF. Além disso, o texto trata da tributação de investimentos atualmente isentos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), o que acendeu alertas entre agentes do mercado e parlamentares da oposição.
Nesta terça-feira, 17, Hugo Motta se reuniria com deputados oposicionistas no apartamento funcional do deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. A expectativa é consolidar os votos para derrubar o decreto em definitivo.
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