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CPMI do INSS é diferente de todas as outras, diz líder da Oposição

Foi lido nesta terça-feira (17), no plenário da Câmara dos Deputados, o pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os descontos indevidos nos contracheques de aposentados e pensionistas do INSS. A expectativa agora é pela instalação formal da comissão, que terá a missão de apurar o escândalo que, segundo opositores, já atinge milhões de brasileiros e envolve entidades sindicais e possíveis falhas no sistema de fiscalização.

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O líder da oposição, deputado federal Zucco (PL-RS), classificou a futura CPI como uma das mais importantes dos últimos anos. “Essa não é uma CPI comum. Envolve o povo mais humilde, gente simples, que teve seu dinheiro tomado de forma covarde. E essa dor está ecoando pelo país inteiro”, afirmou o parlamentar.

Zucco advertiu que qualquer tentativa de transformar a CPI em um instrumento de proteção política será um “erro irreparável”. Segundo ele, o Brasil está de olho no andamento das investigações. “Quem aceitar ser titular dessa CPMI tem que saber: o Brasil inteiro vai estar assistindo. Não pode haver blindagem, nem investigação seletiva”, disparou, citando o caso do Sindinap, entidade ligada ao irmão do presidente Lula, como um exemplo de omissão inaceitável.

Para o líder da oposição, os efeitos do escândalo já estão aparecendo nas pesquisas de intenção de voto. “Boa parte desse esquema floresceu e se aprofundou durante o atual governo. Os descontos explodiram nos últimos dois anos e, até agora, ninguém foi punido. Isso é inadmissível”, declarou.

Zucco também cobrou que a oposição tenha protagonismo na condução dos trabalhos da CPI, relembrando que a iniciativa partiu de parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como os deputados Coronel Chrisóstomo, Coronel Fernanda e a senadora Damares Alves. “Essa CPI só existe porque a oposição não se calou, não se rendeu e foi à luta. Não vamos aceitar sermos tratados como coadjuvantes agora que o país inteiro quer respostas.”

Emendas, mensalão sindical e rede de influência

O deputado ainda destacou que há suspeitas envolvendo parlamentares que, no passado, atuaram para afrouxar mecanismos de controle dos descontos em folha. Ele citou emendas à MP 871/2019, apresentadas em nome de entidades como a Contag, como pontos que precisam ser investigados.

Além disso, Zucco mencionou reportagens e informações de bastidores sobre um suposto “mensalão das entidades”, em que organizações recebiam milhões mensalmente em repasses irregulares. “Parte desse dinheiro pode ter alimentado campanhas eleitorais, redes de influência e até estruturas dentro do próprio INSS. Isso vai ter que ser apurado, doa a quem doer.”

Por fim, o líder da oposição reafirmou que há disposição para investigar todos os períodos — inclusive durante o governo Bolsonaro —, mas criticou a esquerda por ter resistido à criação da CPI. “A oposição assinou, pressionou, cobrou. A esquerda correu da investigação como o diabo da cruz. Agora querem posar de moralistas. O povo não é bobo. Quem desviou um centavo de aposentado vai ter que prestar contas ao Brasil”, concluiu.

A instalação da comissão depende agora da indicação dos membros pelos partidos e da eleição do presidente e do relator. Nos bastidores, a disputa pelas vagas promete ser intensa.





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