
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) publicou nas suas redes sociais, nesta segunda-feira, 19, um vídeo pedindo doações via Pix para custear multas judiciais. Ela foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões por suposta participação na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.
A Procuradoria-Geral da República apontou Zambelli como autora intelectual do ataque, que resultou na emissão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo a Polícia Federal (PF), o hacker Walter Delgatti Neto executou a invasão sob orientação da deputada. Delgatti afirmou ter recebido um texto redigido por ela para inserir no sistema, além de pagamentos que somam pelo menos R$ 13,5 mil. A PF informou que o hacker usou credenciais falsas para acessar os dados do Judiciário.
Além dessa condenação, a 1ª Turma do STF também determinou a perda do mandato, que ainda depende do trânsito em julgado. A parlamentar pode recorrer da decisão.
Zambelli afirmou que enfrenta dificuldades financeiras para arcar com os valores. “Não está fácil a minha situação”, diz. “Vivo do meu salário de deputada, que não é baixo, mas que, com essa quantidade de multas, fica impossível.”
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
“Essa é uma batalha por todos nós”, escreveu a deputada. Segundo ela, o pedido de ajuda ocorre com o “coração apertado” e “coragem para enfrentar tudo de cabeça erguida”.
Zambelli diz que é alvo de perseguição política
A parlamentar disse ter arrecadado R$ 166 mil, mas afirmou que o montante “não cobre nem de longe as multas milionárias que o STF está tentando” impor. “Mais de R$ 4 milhões, além da perda do meu mandato”, conta Zambelli. “E tudo isso, mesmo sem o processo ter terminado e sem que eu tenha me beneficiado financeiramente de nada.”
Ela negou ter cometido crime e declarou ser alvo de perseguição do STF. Também mencionou o episódio em que foi flagrada com uma arma de fogo, em 2022, na véspera do segundo turno das eleições. Nesse caso, foi condenada por porte ilegal de arma a cinco anos de prisão, perda do mandato e multa de R$ 480 mil.
Leia mais: “Decisões do STF contra parlamentares crescem 1.800% desde 2005”
A deputada afirmou ainda que responde a mais de 20 ações na Justiça Eleitoral por fake news. “Teve um que paguei na semana passada, de R$ 44 mil”, disse. “Para isso, meu pai vendeu o carro para me ajudar.”
Leia também: