
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (30) que o Brasil precisa da “ajuda de terceiros” para reverter casos de “perseguições”. Ele fez referência às possíveis sanções dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Uma pessoa sem liberdade é uma pessoa sem vida, um vegetal. Nós não podemos perder isso”, disse. O ex-mandatário afirmou que a esquerda, com o auxílio de “alguns associados de outros Poderes”, busca “arrancar” a liberdade de seus apoiadores.
A declaração ocorreu durante o 2º Seminário Nacional de Comunicação do Partido Liberal (PL), em Fortaleza (CE), que contou com a participação de representantes de big techs, como Meta e Google.
O governo de Donald Trump anunciou que pretende sancionar autoridades estrangeiras acusadas de serem “cúmplices de censura a norte-americanos”. Apesar de não divulgar quem será atingido, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que há “grande possibilidade” de Moraes enfrentar sanções.
“Não é fácil, mas nós venceremos. Com a ajuda de Deus e de outro país lá do norte. Enganam-se aqueles que acham que só nós temos condições de reverter esse tema. Não temos. Precisamos de ajuda de terceiros”, afirmou Bolsonaro.
O ministro abriu um inquérito à pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para investigar a prática de supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Eduardo vive nos Estados Unidos desde fevereiro e defende a apliacação de restrições a Moraes, que é o relator da ação penal contra Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado.
“Nós não tememos as acusações. O problema é quem vai nos julgar”, destacou o ex-mandatário, reforçando que, se Eduardo estivesse no Brasil, seria preso. Bolsonaro disse que não “jogará a toalha” e irá até “às últimas consequências” para garantir a “liberdade” no Brasil.
Janja “falou pelos cotovelos” na China, diz Bolsonaro
Durante o evento do PL, Bolsonaro criticou a conduta da atual primeira-dama, Rosângela da Silva, durante a agenda oficial do presidente Lula (PT) com o ditador chinês, Xi Jinping. Na ocasião, ela teria reclamado do algoritmo do TikTok, e Xi teria dito que o Brasil tem o direito de regular ou banir a plataforma chinesa.
O petista defendeu a mulher e criticou publicamente seus ministros após um episódio que teria gerado constrangimento com o ditador ser vazado para a imprensa. O presidente e a própria Janja negaram qualquer incômodo. Bolsonaro criticou a proposta do govenro para regular as redes sociais no Brasil.
“Vocês viram, há poucos dias, a mulher [Janja] foi lá e falou pelos cotovelos. Depois, o maridão dela falou que queria uma pessoa de confiança do chefe chinês para vir censurar aqui o TikTok. E ela diz, ainda: ‘Aqui na China, tem prisão’. Prisão por crime de opinião. Nunca pensei que chegaria a esse ponto”, disse Bolsonaro.
Após o vazamento da conversa, Lula disse que perguntou a Xi Jinping “se era possível enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele” para discutir a regulação das redes. Na semana passada, a primeira-dama comparou as regras implementadas na China com a legislação brasileira e questionou a “dificuldade” de tratar sobre o tema no Brasil.