O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, reclamou das críticas que recebeu por ter participado de um jantar na casa do presidente do Ifood, Diego Barreto. O empresário tem interesses em ações que tramitam no STF envolvendo o Ifood.
Ao iniciar sessão extraordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nesta terça-feira (27), Barroso disse que as críticas foram feitas pela imprensa com interesse de “vender jornais” e disparou: “A incultura é um problema difícil de sanar no Brasil”.
“No Brasil, existem atualmente duas grandes categorias de pessoas: as que fazem alguma coisa e as que têm razão. Portanto, a gente tem que continuar fazendo e deixar para as que têm razão e precisam vender jornal falando bobagem. Fizemos um jantar para arrecadação de fundos com empresários em São Paulo”, afirmou o ministro.
“O meu comentário indignado é que a gente fez um jantar para arrecadar fundos para o programa e a matéria disse que eu me reuni com empresários a pretexto de arrecadar fundos”, complementou Barroso.
O Ifood tem interesses em decisões sobre vínculo empregatício
No jantar, Barroso foi flagrado cantando “Garota de Ipanema” ao lado de Diego Barreto e da cantora Paula Lima. O ativista René Silva e o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, também cantaram ao lado do ministro.
O Ifood está diretamente envolvido em discussões no STF relacionadas ao reconhecimento de vínculo empregatício entre entregadores e plataformas de delivery.
Em diferentes processos que chegaram ao Supremo, a Corte já reconheceu e afastou o vínculo de emprego entre motoristas e aplicativos de entrega. No entanto, os ministros ainda não estabeleceram uma jurisprudência definitiva sobre o assunto.
Enquanto isso, iFood e outras empresas do setor tentam convencer os ministros sobre a importância do modelo de trabalho autônomo.
