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“Alexandre de Moraes tem medo”, diz Deltan sobre Senado em 2026

No programa Última Análise desta quarta-feira (21), o novo perfil da composição do Senado Federal foi o tema da conversa. O que antes era um local de debates sérios, entre homens experientes, hoje parece ser o terreno das discussões rasas, entre homens mais preocupados com “views” no Instagram. Por outro lado, vemos uma presença maior da direita, que deverá crescer ainda mais no Senado de 2026 e, possivelmente, alcançar base suficiente para impeachment de ministros do STF.

O jornalista da Gazeta do Povo Gabriel de Arruda Castro lembra que o Senado Federal, antigamente, era a “última parada” na carreira de um político. Ou seja, só os mais experientes que chegavam lá, recordando que a casa já teve, ao mesmo tempo, três ex-presidentes: Itamar Franco, José Sarney e Fernando Collor. “Sem entrar no mérito do legado deles, mas havia ali uma espécie de plano de carreira para os políticos”, ele diz.

Historicamente no Brasil, desde a época do Império, o Senado Federal sempre teve ocupantes com mais experiência política. É o que afirma o escritor Francisco Escorsim, segundo o qual um senador tinha “uma experiência nem de vida pública, mas de ‘vida’ mesmo”. Desta forma, órgão era “quase uma câmara revisora da Câmara dos Deputados. De certo modo, um ponto de estabilização e de equilíbrio entre os poderes”, afirma.

Experiência ou honestidade?

Ainda que a experiência fosse uma das virtudes dos senadores, questionou-se se a honestidade não se impõe como um valor maior. Castro, neste sentido, aponta para uma hierarquia em que “no topo, está o político honesto e bem preparado” e, em seguida, viria o “honesto inexperiente”. Figuras como o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) ou Romário (PL-RJ), ainda que sejam honestos, não teriam o preparo ou a experiência para decidir sobre questões cruciais, como sabatinar ou julgar ministros do STF, ele afirma.

Já o advogado André Marsiglia avalia que a honestidade deve ser um “ponto de partida, não de chegada” para o político, “sobretudo de alguém que está no Senado”. Ele afirma que, assim, é “muito pouco” que um senador seja somente honesto.

Por fim, Escorsim sugere uma melhora dos critérios para eleição de senadores, trazendo o exemplo da progressão de carreira que há no mundo jurídico: “Talvez o Senado precisasse ter critérios que fossem mais parecidos com a carreira jurídica. Por exemplo, o juiz de primeiro grau não pode ascender de primeira, ainda que ele seja o mais honesto”.

O Senado Federal em 2026: preocupação para Moraes?

A possibilidade da direita obter uma maioria de 2/3 no Senado em 2026 levanta a questão se a casa desempenhará um papel mais incisivo na fiscalização do STF, incluída a possibilidade de impeachment de ministros. Dallagnol faz o diagnóstico: “A direita precisa de 54 senadores e um presidente alinhado para avançar nessa pauta”. E aponta também a alternativa estrangeira: “Hoje mesmo o secretário de Estado americano Marco Rubio confirmou que as sanções a Moraes estão em revisão e que há grandes possibilidades disso acontecer”. Ele se refere à declaração do secretário em audiência da Câmara dos Deputados americana.

Dallagnol afirma que o ministro está com “medo” e, inclusive, estaria ligando para governadores, pressionando-os a se candidatarem ao Senado Federal em alguns estados, impedindo que a direita atinja a maioria em 2026.

O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a quinta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país





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