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Alcolumbre manobra pelo licenciamento ambiental

Há quem defenda que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), irritou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao manobrar pela aprovação célere da Lei Geral de Licenciamento Ambiental. Mas, nos corredores do Senado Federal, o sentimento é outro. Líderes de todos os segmentos apontam que a aprovação da proposta foi uma “vitória” do setor produtivo contra a “burocracia”.

Apesar da manifestação contrária do governo Lula, por meio da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, 45% dos votos favoráveis vieram da base do governo.

Parlamentares ouvidos por Oeste também destacaram a pressão exercida por representantes da Região Norte.

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A votação ocorreu um dia depois de o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizar testes da Petrobras para explorar petróleo em águas profundas próximas ao litoral do Amapá — reduto eleitoral de Alcolumbre. O projeto deve movimentar bilhões em obras e serviços no Estado.

Adesão da oposição

“Votei sim à Lei Geral do Licenciamento Ambiental porque o bom senso precisa, em algum momento, vencer a insanidade”, afirmou o senador Magno Malta (PL-ES), vice-líder da oposição. “A aprovação desse projeto não é uma vitória ideológica, mas sim da racionalidade, do desenvolvimento e, sobretudo, da valorização do ser humano.”

Sobre a articulação, Malta reafirma distância de Alcolumbre, mas confirma a união dos líderes em torno da proposta.

“Quanto à articulação, deixei claro desde a eleição do Senado: sou oposição e não participo das articulações do presidente Alcolumbre”, disse Malta a Oeste. “Mas o que houve foi uma movimentação ampla entre líderes partidários, inclusive da oposição ao governo. Até porque, existem pautas que extrapolam o campo político e entram no campo da urgência nacional e essa era uma delas.”

Centrão com Alcolumbre

O líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB) explicou: “Alcolumbre se elegeu com o apoio do governo e da oposição”. Ainda de acordo com o parlamentar, o presidente do Senado “é um articulador nato e por isso tem conseguido conduzir com tranquilidade a pauta”.

Efraim afirmou que a aprovação representa “uma vitória no sentido do desenvolvimento sustentável, aliando o Brasil que produz e o Brasil que preserva.”

Outro líder partidário, que não quis se identificar, classificou como “estranha” a celeridade para a aprovação da matéria. “Houve vontade política”, destacou. “Mas foi importante. Porque o setor produtivo só tem recebido pancada do atual governo.”

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Para o senador, que falou em caráter reservado, a medida não representa um rompimento da gestão Alcolumbre com o governo Lula. “A relação atual entre o governo e o Senado é de subserviência e achaque”, disse. “Basta ver o adiamento da CPMI do INSS, que é um pedido do governo.”





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