
O advogado Paulo Faria, responsável pela defesa do ex-deputado federal Daniel Silveira, se reuniu com o relator especial sobre liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). O encontro, que foi antecipado por Oeste no último fim de semana, ocorreu nesta quinta-feira, 22, na sede da entidade, em Washington, D. C., capital dos Estados Unidos.
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Em seu perfil no X, Faria postou foto ao lado de Vaca, a quem agradeceu publicamente pela atenção. Além disso, o advogado afirmou que a conversa durou mais de uma hora.
“Agradeço publicamente a Pedro Vaca por nos ouvir”, afirmou Faria, por meio de postagem na rede social. “Uma hora e cinco minutos de proveitosa reunião, onde atualizamos a situação de censura no Brasil. Que Deus ilumine-o em vosso relatório. A luta não para.”
Ao responder a um internauta, Faria demonstrou entusiasmo com o que o representante da OEA pode fazer a partir de agora. “Calma”, pediu o advogado.
O que o advogado de Daniel Silveira falou com Pedro Vaca?
De acordo com apuração de Oeste, o plano do advogado era externar ao comando da OEA a situação de Daniel Silveira. O ex-deputado federal está detido, de forma ininterrupta, desde 24 de dezembro do ano passado. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele cumpre pena em uma colônia agrícola em Magé (RJ), município da Baixada Fluminense.
Na visão de Faria, Silveira deveria ter direito à prisão domiciliar, sobretudo por questões de saúde. O ex-deputado enfrenta, por exemplo, problemas renais e psiquiátricos. Além disso, sofreu lesão em um dos joelhos na última semana. Mesmo assim, Moraes, relator do caso contra o ex-parlamentar no STF, recusou os recentes pedidos para saída da colônia agrícola.
Silveira foi preso pela primeira vez em 2 de fevereiro de 2023, um dia depois de encerrar seu mandato como deputado federal. Ele foi condenado a mais de oito anos de prisão por gravar vídeo, ainda enquanto congressista, com críticas a integrantes do STF. A Corte entendeu a postura como incitação à violência.
O ex-parlamentar chegou a deixar a reclusão em 20 de dezembro de 2024. Moraes, no entanto, entendeu que ele descumpriu a medida cautelar de ficar em casa no período noturno. Dessa forma, Silveira, que havia passado a noite num pronto-socorro em busca de atendimento em razão de dores renais, voltou para a colônia agrícola de Magé na véspera de Natal do ano passado.
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