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Comissão critica governo Lula por posição alinhada com Irã

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados considerou “lamentável” a posição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva sobre os recentes bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã.

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Em nota divulgada no domingo 22, o governo Lula condenou os ataques, assim como já havia feito uma semana antes, em 13 de junho, ao condenar as ações de Israel contra locais de enriquecimento de urânio em território iraniano. O governo petista voltou a classificar as ações contra o Irã como “violação da soberania” iraniana e do direito internacional.

“Governo Lula é omissão ao condenar organizações terroristas financiadas pelo Irã”

Para o presidente da comissão, deputado Filipe Barros (PL-PR), a manifestação do governo Lula evidencia a proximidade do Brasil com o Irã. Barros argumentou que o ataque norte-americano foi “corajoso e necessário”, pois a destruição do programa nuclear iraniano é “desejada por boa parte do mundo”.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o presidente da República Islâmica do Irã, Seyyed Ebrahim Raisi | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em nota, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara expôs o duplo discurso do governo Lula nas relações internacionais. “O Brasil atual tem sido muito diligente quando é para condenar Israel e os EUA, mas extremamente omisso quando o assunto é reconhecer como terroristas, organizações financiadas pelo Irã, além do próprio regime que defende publicamente a destruição do Estado de Israel.”

O deputado Filipe Barros informou que a próxima reunião deliberativa da comissão vai discutir uma moção de apoio a Israel. Ele considerou a postura do Itamaraty um rompimento com a tradição de neutralidade da diplomacia brasileira, classificando a atitude como “lamentável”.

Acusações sobre urânio brasileiro e resposta oficial

Paralelamente, Barros protocolou um pedido para realização de audiência pública sobre supostas denúncias envolvendo desaparecimento de urânio no Brasil. Recentemente, circularam nas redes sociais alegações de que o país teria fornecido urânio ao Irã para a produção de armamentos nucleares, citando a escala de navios iranianos no Rio de Janeiro em 2023.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) declarou nunca ter exportado urânio ao Irã. A Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pela extração do material, também nega a existência do Irã entre seus clientes, fornecendo urânio prioritariamente para a Eletronuclear.

A legislação brasileira, assim como o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), em vigor desde 1998 para o Brasil, proíbe o uso do urânio com fins bélicos. Na nota oficial do último domingo, 22, o Itamaraty reiterou que o país defende o uso da energia nuclear exclusivamente para fins pacíficos e rejeita qualquer forma de proliferação, sobretudo no Oriente Médio.





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