
O general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que vai participar presencialmente da acareação com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A audiência está marcada para terça-feira, 25 de junho, na Primeira Turma da Corte. O processo terá a condução do ministro Alexandre de Moraes.
Inicialmente, Freire Gomes solicitou o comparecimento por videoconferência, alegando que reside em Fortaleza (CE). No entanto, voltou atrás e decidiu se deslocar até Brasília para prestar o depoimento de forma presencial. A mudança ocorre em meio à crescente pressão sobre os militares sob investigação no inquérito que apura uma suposta articulação para impedir a posse do presidente Lula da Silva depois das eleições de 2022.
Freire Gomes: mudança em respeito ao Exército
A primeira solicitação do general recebeu autorização em ocasiões anteriores. Foi o caso, por exemplo, no depoimento para o inquérito que investiga a atuação do chamado “núcleo duro” da suposta tentativa de golpe. Porém, na manhã desta quarta-feira, 18, os advogados do militar apresentaram nova petição ao STF solicitando que o comparecimento fosse presencial.
De acordo com a defesa, a solicitação anterior se limitava ao ônus logístico do deslocamento. “Apesar de ser um ato oneroso, e apesar da possibilidade de se realizar a acareação por carta precatória conforme previsão do art. 230 do Código de Processo Penal, informa-se que o general Freire Gomes irá participar presencialmente da acareação, em razão do profundo respeito do ex-comandante do Exército pelas instituições democráticas e de seu elevado senso de dever cívico”, diz o documento.
A acareação com Anderson Torres está marcada para as 11h, em sessão fechada no Supremo. Cada um dos convocados estará acompanhado por seus respectivos advogados. A medida é parte da estratégia da investigação conduzida pela Polícia Federal, com aval da Procuradoria-Geral da República, para confrontar versões conflitantes e avançar sobre a cadeia de comando das decisões.
Mais cedo, às 10h, vai ocorrer outra acareação: entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa derrotada de 2022. Ambos também são alvos do mesmo inquérito que investiga a existência de atos preparatórios de um suposto golpe de Estado.
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