
A defesa do general da reserva Braga Netto protocolou nesta segunda-feira (16) um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele seja colocado frente a frente com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em uma acareação. O objetivo, segundo os advogados, é esclarecer “contradições insanáveis” entre os depoimentos prestados até o momento.
Preso desde dezembro de 2024, Braga Netto foi ministro da Defesa e candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Ele é um dos alvos da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Para os advogados do general, o confronto direto com Mauro Cid é fundamental para esclarecer os fatos e “revelar a verdade real”.
Um dos argumentos apresentado pela defesa é de que os interrogatórios de Cid e Braga Netto apresentam “divergências entre si”. Na petição, os advogados afirmam que as declarações de Mauro Cid, que implicam o general em discussões sobre uma minuta de decreto golpista, não condizem com a realidade e carecem de provas. Segundo Cid, houve reuniões com Braga Netto para tratar de um plano que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a convocação de novas eleições — conteúdo que Braga Netto nega ter conhecimento ou participação.
A defesa ainda solicitou:
- A realização urgente da acareação entre Braga Netto e Mauro Cid;
- A suspensão da ação penal do núcleo 1 até o fim da instrução dos demais núcleos, sob o argumento de que os fatos estão interligados;
- Um prazo adicional para análise completa dos arquivos apreendidos pela Polícia Federal.
No último dia 10, durante o interrogatório com o ministro Alexandre de Moraes, Braga Netto negou as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por suposta tentativa de golpe de Estado de 2022. Ele também disse não lembrar da mensagem obtida pela Polícia Federal em que ele teria autorizado ataques aos comandantes das Forças Armadas nas redes sociais para pressioná-los a aderirem a suposta trama golpista.
“Uma coisa eu posso confirmar para o senhor com certeza: eu jamais ordenei ou coordenei ataques a nenhum dos chefes militares. Pelo contato que eu tinha com eles, se tivesse que falar alguma coisa, falaria pessoalmente”, ressaltou.