Politica

O Brasil como base operacional para mais espiões russos

Uma reportagem do jornal americano The New York Times revelou, no fim de maio, investigações sobre uma rede de espiões russos que usavam o Brasil para criar identidades falsas e usá-las em operações no exterior. A Gazeta do Povo apurou, com fontes ligadas à Interpol e à Polícia Federal, que as investigações não só continuam como já teriam mapeado ao menos outros cinco novos nomes suspeitos.

Segundo as apurações em curso, que ocorrem em parceria ou por iniciativa de organismos internacionais, ainda estão em análise onde e como estão vivendo esses chamados “ilegais”. Além de estarem em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, as apurações querem saber se há registro deles também em Brasília e entorno, região amazônica e na tríplice fronteira – Brasil, Paraguai e Argentina. Os locais teriam sido escolhidos por condições estratégicas.

Brasília pode ter sido escolhida por estar próximo ao núcleo político nacional. Já nos casos da região amazônica e da tríplice fronteira, a proximidade com outros países da América do Sul facilitaria, por exemplo, possíveis rota de fuga.

Em maio o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, descartou a presença dos espiões russos em larga escala no país. Em contrapartida, fontes ouvidas pela reportagem apontam que outros nomes podem nem sequer ter chegado oficialmente aos radares das autoridades brasileiras e o esquema pode ser muito maior que o revelado ou investigado até o momento.

Entre as situações que vieram à tona com a reportagem do The New York Times está a de Sergey Vladimirovich Cherkasov. O espião russo viveu no Brasil por cerca de uma década sob a falsa identidade de um brasileiro chamado Victor Muller Ferreira, natural de Niterói (RJ). Utilizando documentos forjados, ele construiu um histórico de vida fictício e chegou a ingressar em uma universidade nos Países Baixos para tentar se infiltrar no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

Em 2022, ao ser barrado pelas autoridades holandesas e deportado, sua identidade verdadeira foi revelada, expondo seu vínculo com os serviços de inteligência militar da Rússia (GRU). No Brasil, Cherkasov foi preso por uso de documentos falsos e, em 2023, foi condenado a 15 anos de prisão.

A exemplo dos já identificados, outros que permanecem no país e têm atuação pró-Rússia a partir da construção de uma vida falsa no Brasil. Eles promovem atos de espionagem, viajam sem levantar suspeitas com passaportes brasileiros autênticos, entram sem preocupações na Europa Ocidental, no Oriente Médio e nos Estados Unidos.

Os casos seguem sendo rastreados por agências de inteligência de diferentes países, em cooperação internacional que envolve, além do Brasil, Holanda, Noruega, Estados Unidos e Reino Unido.

VEJA TAMBÉM:

Agentes russos podem espionar o Brasil?

A principal missão dos espiões russos já identificados no Brasil, até o momento, não era vasculhar ou espionar o país, mas utilizá-lo como plataforma para criar e sustentar identidades falsas, legalmente registradas com documentos oficiais que tiveram autenticidade confirmadas por laudos forenses.

Essas identidades permitiam que eles atuassem no Ocidente com credenciais legítimas, sem levantar suspeitas sobre quem realmente eram, como e em nome de quem operavam. Disfarçados como cidadãos brasileiros comuns, integravam-se à sociedade, montavam negócios, mantinham vínculos acadêmicos e institucionais, estabeleciam relações de amizade e até amorosas, preparando-se para seguir rumo às missões de inteligência a serviço do Kremlin.

Suas atividades lícitas no Brasil serviam de base para viagens e operações de espionagem no exterior, permitindo-lhes acessar informações sensíveis sem levantar suspeitas e, eventualmente, influenciar ou interferir em decisões políticas de países-alvo. As investigações apontam que isso teria ocorrido na guerra da Rússia contra a Ucrânia, iniciada em 2022, e até em assassinatos de opositores e críticos do governo de Vladimir Putin, embora detalhes de como isso ocorreu não tenham sido divulgados ainda.

A Polícia Federal brasileira, em cooperação com serviços oficiais de outros países, começou a desmontar a rede em 2022, com a deflagração da Operação Leste. No entanto, há indícios que os espiões russos possam estar em solo brasileiro há décadas, desde os anos de 1980. Foram anos de apurações silenciosas, semelhantes às que prosseguem atualmente.

Apesar de as evidências apontarem que esses espiões russos usam o Brasil como uma base operacional para investigar outros países, investigadores não descartam que também estejam espionando o próprio Brasil por algumas razões. Entre elas, pelo fato de o país estar entre as maiores economias do mundo, por integrar o bloco econômico dos Brics, ao lado da Rússia, somado à abundância de recursos naturais, o que desperta interesse de diversas nações, e o fato de o país ser um ator diplomático em fóruns internacionais.

Investigadores também não descartam que esses agentes estejam operando não só com alvos internacionais, mas também para espionar decisões políticas, parcerias tecnológicas, militares e energéticas brasileiras, além de influenciar relações externas ou observar movimentos internos que interfiram nos interesses geopolíticos.

A Gazeta do Povo procurou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Federal, a Interpol, e o Ministério das Relações Exteriores, a partir do Itamaraty, indagando sobre as medidas adotadas pelo governo e autoridades brasileiras referente aos espiões russos. Nenhum dos órgãos respondeu aos questionamentos até a publicação desta reportagem. As Embaixadas da Rússia e Estados Unidos no Brasil também não se pronunciaram.

VEJA TAMBÉM:

Como os espiões russos tinham documentos brasileiros autênticos?

Fontes ligadas às investigações confirmaram à Gazeta do Povo que a Polícia Federal, que opta por não comentar investigações em curso, tenta ligar os pontos para descobrir se houve falhas ou fraudes no sistema de emissão de documentos e como os espiões russos os conseguiram. Vale destacar que, com um único registro de nascimento no país, é possível obter um passaporte brasileiro. Contudo, os laudos forenses que analisaram as certidões brasileiras atestaram que os documentos eram legítimos e não foram emitidos recentemente, mas há anos, ou mesmo décadas.

Especialistas em segurança apontam que o Brasil, devido à sua diversidade étnica e regras mais flexíveis de migração, oferece um ambiente propício para agentes russos e criminosos de outras regiões do mundo se infiltrarem com identidades falsas.

Além disso, apesar de os sistemas de monitoramento e controle estarem mais apurados e existir uma força-tarefa da PF focada nessa atuação, o país segue sendo visto como um “refúgio” para agentes ou criminosos descobertos ou procurados pelo mundo, permitindo que desapareçam em centros urbanos ou regiões mais isoladas.

“A operação russa transformou o Brasil, e talvez a América do Sul, em uma linha de montagem de agentes secretos altamente treinados, com identidades sólidas e difíceis de contestar. A inoperância e até aproximação do atual governo brasileiro com o governo russo, bem como falhas nos mecanismos de fiscalização e controle para impedir o ingresso e avanço desses cidadãos no país, [são] alertas preocupantes e longe de ser [um fato] isolado”, reforça o sociólogo e especialista em segurança pública Marcelo Almeida.

Enquanto o assunto estava prestes a voltar à tona, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a se aproximar do Kremlin. Em maio, Lula esteve com o presidente Vladimir Putin. A primeira-dama, Janja da Silva, viajou uma semana antes à Rússia, onde visitou pontos turísticos, participou de agendas públicas e esteve em diversas instituições de ensino, sob a justificativa de estreitar relações entre os países e promover intercâmbios. Lula e Janja celebraram, ao lado de Putin, o Dia da Vitória, alusivo à Segunda Guerra Mundial.

A medida foi bastante criticada por líderes de oposição. Eles alertaram que, ao fazer acenos a Putin, o presidente brasileiro se distanciava das democracias ocidentais e assumia um lado na guerra da Rússia contra a Ucrânia. Desde que assumiu em janeiro de 2023, o presidente brasileiro nunca esteve com o presidente Volodymyr Zelensky, apesar das tentativas de encontro promovidas pelo ucraniano.

VEJA TAMBÉM:

Nomes comuns em certidões de nascimento e o plano que pode ter sido arquitetado ainda pela KGB

Enquanto isso, no Brasil, investigações alertam para a possível vulnerabilidade dos sistemas de registro civil e a necessidade de maior vigilância contra infiltrações estrangeiras. Um episódio em especial chamou a atenção dos investigadores desde a operação contra os chamados “ilegais”, em 2022: uma das certidões de nascimento falsas em posse de um espião russo apresentava uma peculiaridade — o nome de um dos pais correspondia ao pseudônimo brasileiro de outro agente russo que atuou na América do Sul e na Europa anos atrás. A coincidência levantou a hipótese que poderia se tratar de um sinal codificado entre gerações de espiões, facilitando a criação de identidades falsas com base em registros anteriores.

Além disso, foram analisados dados da contrainteligência sobre a possibilidade de, durante os últimos anos da União Soviética, agentes da KGB (Komitet Gosudarstvennoy Bezopasnosti, ou “Comitê de Segurança do Estado”) tenham registrado certidões de nascimento em nome de recém-nascidos fictícios, ou utilizado a identidade de crianças brasileiras que morreram nos anos 1980 e 1990.

A KGB foi a principal agência de segurança e inteligência da União Soviética, da qual Vladmir Putin fez parte como espião. A agência operou entre os anos de 1950 e início da década de 1990, responsável por atividades como espionagem internacional, contraespionagem, repressão e proteção dos líderes do regime comunista. Após sua dissolução, com o fim da União Soviética, suas funções foram incorporadas por outras unidades russas.

A investigação entre agências agora quer determinar se possíveis membros da KGB agiram de forma premeditada, guardando essas certidões para o futuro, para que espiões russos pudessem assumir identidades falsas e operar no Ocidente, utilizando o Brasil como ponto de partida. Agentes ligados às apurações no Brasil avaliam que agências internacionais desconhecem métodos similares em outros países, mas não descartam a possibilidade de essa metodologia ter sido aplicada dentro e fora do Brasil.

Por ora, medidas judiciais mantêm sob sigilo dados mais específicos sobre as certidões de nascimento brasileiras utilizadas por parte dos espiões russos. A justificativa é proteger informações sensíveis relacionadas às investigações ainda em andamento e evitar a exposição de dados que possam comprometer a segurança nacional ou interferir nos processos judiciais em curso.

Os investigadores também tentam entender como os russos conseguiram permanecer por anos no Brasil sem levantar suspeitas, pois criaram negócios que prosperaram e estabeleceram relações profundas de amizades e romances com brasileiros.

Agentes operam a serviço de Putin, ex-membro da KGB

Segundo o advogado e doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP) Luiz Augusto Módolo, a Rússia historicamente mantém sua atuação estatal nas sombras, desde a polícia secreta czarista (Okhrana), passando pela KGB soviética, até o atual Serviço Federal de Segurança da Rússia, sob a sigla FSB.

Ele destaca que, mesmo após o fim da União Soviética, os métodos russos não mudaram — ao contrário do que ocorreu na Alemanha Oriental, onde houve responsabilização e exposição pública dos arquivos em um vasto acervo documental produzido pela polícia secreta da antiga Alemanha Oriental (RDA), conhecida como Ministerium für Staatssicherheit, ou “Ministério para a Segurança do Estado”.

Esses arquivos registram detalhadamente as atividades de vigilância e repressão realizadas contra cidadãos da República Democrática Alemã (RDA) entre 1950 e 1990, e hoje fazem parte do acervo nacional alemão. Módolo observa que Vladimir Putin, como ex-agente da KGB, manteve sua lógica “opaca no poder”.

O doutor em Direito Internacional avalia que o caso recente de espiões russos no Brasil revela uma evolução sofisticada da espionagem: em vez de infiltrações pontuais, foram criadas identidades desde o nascimento, como se fossem cidadãos brasileiros, aproveitando-se da credibilidade internacional do passaporte do país.

Para Módolo, é necessário elogiar a atuação da Polícia Federal, mas ele enfatiza que é essencial o Judiciário compreender a gravidade da situação: “Trata-se não apenas de espionagem, mas de infiltração profunda”.

Ele alerta que a Rússia continua operando nas sombras, utilizando métodos como interferência em eleições, assassinatos e campanhas de desinformação, práticas documentadas por obras como Desinformação, de Ion Mihai Pacepa, e O Comunista Exposto, de Cleon W. Skousen.

Quem eram os espiões russos já descobertos no Brasil

Sergey Vladimirovich Cherkasov

Se apresentava com o nome brasileiro de Victor Muller Ferreira. Em 2022, o Serviço de Inteligência da Holanda chegou a Cherkasov, que havia ingressado no Brasil em 2012. Pelos documentos brasileiros, ele havia nascido em Niterói, no Rio de Janeiro. Tentou se infiltrar no Tribunal Penal Internacional, em Haia, mas era apontado pelas autoridades como oficial da Glavnoe Razvedyvatel’noe Upravlenie (GRU), a Diretoria Principal de Inteligência russa.

O FBI, serviço secreto americano, também afirma que ele teria usado documentos brasileiros falsificados para operar nos Estados Unidos. A defesa de Cherkasov no Brasil diz que o Ministério Público jamais conseguiu comprovar atos de espionagem e que seu cliente deveria estar em liberdade.

Ele está preso no presídio federal em Brasília e a Rússia já pediu sua extradição por dizer que, no país, ele é suspeito de tráfico de drogas, condição que não se sustenta, segundo autoridades que o investigam pelo mundo. Ele foi o único suspeito preso no Brasil, não por espionagem, mas por falsidade ideológica por conta de seus documentos brasileiros.

Mikhail Valeryevich Mikushin

Nasceu em 19 de agosto de 1978 em Sverdlovsk (atual Ecaterimburgo, Rússia), é um coronel do GRU, o serviço de inteligência militar russo. Ele operava sob a identidade falsa de José Assis Giammaria, um suposto cidadão brasileiro nascido em Padre Bernardo (GO), com documentos brasileiros autênticos.  

Em 2021, Mikushin ingressou na Universidade do Ártico da Noruega (UiT) como pesquisador visitante, focando em temas como segurança social e ameaças híbridas. No entanto, em outubro de 2022, ele foi preso pelas autoridades norueguesas sob suspeita de espionagem, acusado de coletar informações sensíveis para a Rússia.

Após mais de um ano de detenção, Mikushin admitiu sua verdadeira identidade russa em dezembro de 2023. Em agosto de 2024, ele foi incluído em uma troca de prisioneiros entre a Rússia e países ocidentais, coordenada pela Turquia.

Irina Alexandrovna Smireva

No Brasil, ela adotava o nome de Maria Tsalla, masé uma cidadã russa identificada como espiã pelo Serviço Nacional de Inteligência da Grécia (EYP). Ela assumiu a identidade falsa de uma brasileira e estabeleceu residência em Atenas a partir de 2018, onde abriu uma loja de crochê e se apresentava como fotógrafa nas redes sociais. Durante esse período, alegava ter origens brasileiras e afirmava ter se mudado para a Grécia após vender seus bens no Brasil.

Antes de sua estadia na Grécia, Smireva visitou o Brasil, com registros fotográficos em locais como Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Petrópolis e Ouro Preto, datados de 2019. Essas imagens foram compartilhadas em suas redes sociais sob a identidade de Maria Tsalla. Investigações revelaram que Smireva era casada com Artem Shmyrev, outro agente russo que operava no Brasil sob a identidade falsa de Gerhard Daniel Campos Wittich.

Artem Shmyrev

Atuou no Brasil sob a identidade falsa de Gerhard Daniel Campos Wittich. Ele viveu no Rio de Janeiro por seis anos, onde administrava uma empresa especializada em impressão 3D. Durante esse período, manteve um relacionamento com uma brasileira e levou uma vida aparentemente comum.

No entanto, investigações revelaram que ele era casado com a também espiã Irina Alexandrovna Smireva e que seu “nascimento” no Brasil foi registrado com documentos oficiais — inclusive certidão de óbito da mãe, uma brasileira que, na realidade, nunca teve filhos.

Diferente de outros agentes, Shmyrev conseguiu sair do país antes de ser preso, mas suas mensagens com a esposa real surgiram nos arquivos recuperados, confirmando sua participação numa operação de inteligência sofisticada.

Serguei Alexandrovitch Chumilov

Foi identificado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como um espião russo que atuava no Brasil sob cobertura diplomática. Ele chegou ao país em 2018 como primeiro-secretário da Embaixada da Rússia em Brasília e também se apresentava como representante da Casa Russa (Russky Dom), vinculada à agência federal russa Rossotrudnichestvo, responsável por promover a cooperação humanitária internacional e a cultura russa no exterior.

Embora sua presença no Brasil fosse legal, Chumilov utilizava sua posição diplomática para realizar atividades de espionagem. Seu principal objetivo era recrutar brasileiros como informantes e coletar dados sobre setores estratégicos de interesse da inteligência russa. Para isso, participava de eventos acadêmicos e oferecia bolsas de estudo e programas de intercâmbio na Rússia para atrair estudantes e acadêmicos brasileiros.

Após a descoberta de suas atividades pela Abin, houve uma articulação diplomática que resultou na saída de Chumilov do Brasil em julho de 2023, a pedido do governo russo. Esse procedimento foi conduzido com discrição para evitar constrangimentos diplomáticos. O caso veio à tona em 2024.

Vladimir Aleksandrovich Danilov

Operava no Brasil sob identidade falsa de Manuel Francisco Steinbruck Pereira. Danilov viveu no Rio de Janeiro, onde, desde 2016, mantinha um comércio de antiguidades e objetos usados na Barra da Tijuca. Essa atividade empresarial fazia parte de sua estratégia para consolidar uma identidade brasileira legítima e facilitar sua integração na sociedade local.

Ao lado de Yekaterina Leonidovna Danilova, que usava o nome de Adriana Carolina Costa Silva Pereira, Danilov formava um casal que viveu no Brasil até 2018. Nesse ano, ambos se mudaram para Portugal, onde desapareceram. Posteriormente, foram identificados como agentes “ilegais” da inteligência russa.

Olga Igorevna Tyutereva

É identificada como uma agente da inteligência russa que operou sob identidade falsa no Brasil de Maria Luisa Dominguez Cardozo. Obteve uma certidão de nascimento autêntica no país, o que lhe permitiu adquirir posteriormente um passaporte uruguaio. Sua última localização conhecida foi na Namíbia.

A descoberta de sua verdadeira identidade ocorreu em outubro de 2024, após um alerta da Interpol emitido pelo Uruguai. Tyutereva está atualmente listada no alerta azul da Interpol, cujo objetivo é coletar informações adicionais sobre indivíduos de interesse.

Yekaterina Leonidovna Danilova

Identificada como uma agente da inteligência russa que operou no Brasil sob identidade falsa de Adriana Carolina Costa Silva Pereira. Ela viveu no país ao lado de Vladimir Aleksandrovich Danilov, que adotou a identidade de Manuel Francisco Steinbruck Pereira. O casal morou no Brasil até 2018, quando se mudou para Portugal e posteriormente desapareceu. Suas identidades reais foram reveladas em 2023, com o auxílio de agências de inteligência internacionais.

Aleksandr Andreyevich Utekhin

Identificado como um agente da inteligência russa que operou no Brasil sob a identidade falsa de Eric Lopes. Apresentando-se como joalheiro e gemólogo, Utekhin estabeleceu empresas em Brasília e São Paulo, utilizando essas atividades comerciais como fachada para consolidar sua identidade brasileira. Em 2021, sua empresa foi destaque em um programa de televisão, no qual ele pagou para ser apresentado como especialista em pedras preciosas.

Durante a gravação, evitou aparecer diante das câmeras e utilizou uma funcionária para representá-lo, fornecendo instruções sobre o que deveria ser dito. Antes que as autoridades pudessem agir, Utekhin deixou o Brasil e, segundo informações de agências de segurança ocidentais, passou um período no Oriente Médio. Seu paradeiro atual é desconhecido, mas acredita-se que tenha retornado à Rússia.

Roman Olegovich Koval

É um agente de inteligência russo que operou no Brasil sob identidade falsa. Juntamente com Irina Alekseyevna Antonova, ele viveu no país utilizando nome brasileiro não divulgado. O casal deixou o Brasil em 2023 e se dirigiu ao Uruguai, onde foram identificados pelas autoridades locais. Posteriormente, seus nomes reais foram confirmados por meio de trocas de informações com agências internacionais de inteligência. Ambos constam nos alertas azuis da Interpol.

A Gazeta do Povo não identificou defesas constituídas pelos suspeitos no Brasil. Outros detalhes sobre as identidades adotadas pelos russos no Brasil vêm sendo mantidos em sigilo, sob a justificativa de não atrapalhar as investigações. Os documentos brasileiros que usavam também estão sob segredo.

VEJA TAMBÉM:





Fonte















Autor

admin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *