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Gonet comete gafe em depoimento de Aldo Rebelo no STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, cometeu uma gafe durante o depoimento do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo no Supremo Tribunal Federal (STF). No interrogatório, ele perguntou a Aldo se ele “acredita” que a Marinha “poderia romper com a normalidade institucional” sem apoio do Exército – uma referência indireta a uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

Pouco antes, o advogado Demóstenes Torres, que defende o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos havia feito pergunta semelhante, de forma mais direta, indagando o almirante se a Marinha teria condições de “dar um golpe”.

O advogado foi repreendido pelo ministro Alexandre de Moraes, que conduzia o depoimento. Moraes disse que Aldo Rebelo não tinha “condições técnicas para saber”, dizendo que ele é um historiador. Ainda argumentou que que em 1964, o golpe militar não havia contado com apoio a cadeia de comando das Forças Armadas.

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Após a pergunta de Gonet, muito semelhante à sua, Demóstenes Torres reclamou. Disse que “se ele não poderia fazer afirmações ou pedir opiniões”, o procurador-geral também não poderia.

Nesse momento, sem perceber que estava sendo gravado – o depoimento ocorreu por videoconferência e foi transmitido para a imprensa no STF – Gonet levou a mão à boca e comentou, rindo, com auxiliares próximos: “fiz uma cagada agora”.

Moraes chegou a pedir para que Gonet refizesse a questão. O procurador-geral, perguntou então se, sem apoio do Exército, a Marinha “poderia romper com a normalidade institucional”, numa referência a um golpe.

“Não pode, não senhor, o senhor não tem prova para isso. Não acredito”, respondeu Aldo Rebelo.

Gonet tentou esclarecer melhor a pergunta, supondo que Aldo não havia compreendido o questionamento. Depois, Moraes encerrou o depoimento.

Nos bastidores, Gonet tem sido criticado por alguns ministros do STF por não questionar as testemunhas do processo de maneira contundente e assertiva. Nos interrogatórios, Moraes tem buscado obter respostas mais diretas para confirmar as acusações da denúncia, assinada por Gonet.

Nos julgamentos da denúncia contra os diversos núcleos da suposta organização criminosa acusada de golpe, o ministro também tem rebatido com mais ênfase, detalhes e argumentos as contestações das defesas relacionadas à investigação e à própria denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Gonet, em geral, faz uma sustentação inicial mais formal e protocolar, sem palavras duras ou recados, como costuma fazer Moraes e outros ministros, especialmente Flávio Dino. Na última terça (20), quando a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia contra 9 militares e um policial federal acusados, Gonet sequer apareceu; deixou a sustentação para uma subprocuradora, Cláudia Sampaio Marques.

Gonet foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo com forte apoio de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. No cargo, tem concordado com quase todos os pedidos da Polícia Federal direcionados a Moraes.

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