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Campeões do mundo enviam carta à Fifa, contra a CBF

A crise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mobilizou um grupo de 25 ex-jogadores da seleção brasileira, campeões nas campanhas do tetra e do penta.

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Nesta quinta-feira, 22, eles encaminharam uma carta aberta a Gianni Infantino, atual presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), na qual solicitam ação da entidade que comanda o futebol mundial diante do cenário preocupante vivido pela CBF.

Entre os nomes que subscrevem o documento estão ícones como Dunga, Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Zetti, Denilson, Gilberto Silva, além de outros jogadores que fizeram parte das maiores conquistas da seleção brasileira. O advogado Marcelo Amoretty Souza também é um dos signatários da carta.

“Na qualidade de ex-atletas brasileiros (tetracampeões e pentacampeões mundiais pela seleção brasileira, abaixo assinados, juntamente com seu advogado, Marcelo Amoretty Souza, vimos pela presente, externar ao Sr. Gianni Infantino, digníssimo presidente da entidade máxima do futebol mundial (Fifa), a preocupante situação vivida na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).”

A carta expressa o incômodo dos ex-jogadores com a forma como os processos internos da CBF têm se desenrolado, especialmente no que diz respeito à escolha do novo presidente, marcada para o próximo domingo 25.

O presidente anterior, Ednaldo Rodrigues, foi destituído por causa de decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A legislação da Fifa, destinatária da carta, proíbe a intervenção da Justiça Comum em assuntos ligados ao futebol. Em outras ocasiões, clubes e instituições foram suspensos por iniciativas deste tipo.

A queixa dos jogadores é de que o processo, segundo eles, carece de legitimidade e representatividade. Samir Xaud, presidente da Federação Roraimense, assumirá o cargo com o apoio de 25 federações e 10 clubes.

Já Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista de Futebol (FPF), mesmo com o apoio de 32 clubes, não poderá concorrer por não ter respaldo de ao menos oito federações estaduais.

“É exatamente a falta de democracia e transparência na gestão e forma de eleição da entidade. Como bem se sabe, quem faz o futebol e traz multidões para os estádios são os clubes e jogadores. As federações estaduais têm a responsabilidade de organização dos campeonatos.”

A situação na CBF é descrita como consequência de anos marcados por escândalos e afastamentos sucessivos: primeiro Rogério Caboclo, depois Ednaldo Rodrigues.

A Oeste, o presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais (Fenapaf), Jorge Henrique Pereira Borçato, afirmou que a entidade não foi consultada em nenhum momento durante todo este processo.

“O fortalecimento institucional vem da construção conjunta e a inclusão de diferentes perspectivas”, destacou ele.

O grupo dos campeões segue na mesma linha. Declarou que a governança do futebol brasileiro perdeu credibilidade e precisa ser urgentemente reformulada.

“Em primeiro lugar, cumpre salientar que este grupo tem o único interesse de defender a reputação da instituição que regula o futebol brasileiro, a qual encontra-se completamente abalada, tendo em vista os diversos escândalos ao longo dos últimos anos”, declararam os ex-jogadores.

De forma contundente, eles argumentam que os principais protagonistas do futebol (clubes e atletas) seguem sendo marginalizados nas decisões mais importantes. Eles pedem mudanças estruturais que ampliem a participação efetiva destes setores no comando da CBF.

“É exatamente a falta de democracia e transparência na gestão e forma de eleição da entidade”, relataram. “Como bem se sabe, quem faz o futebol e traz multidões para os estádios são os clubes e jogadores. As federações estaduais têm a responsabilidade de organização dos campeonatos.”

Apoio da Fifa e estatuto da CBF

O grupo reforça que a imagem do Brasil como potência do futebol não pode estar atrelada a escândalos administrativos. A expectativa dos ex-jogadores é de que a CBF passe a ser exemplo mundial em boas práticas de governança. Com a participação efetiva daqueles que eles definem como protagonistas e não como espectadores.

“Assim, os principais diretamente interessados na condução da CBF são efetivamente os clubes e atletas, motivo pelo qual é imperioso que os mesmos tenham mais importância e preponderância nas decisões da entidade e não figurarem como meros espectadores.”

O documento, além de ser um alerta, também é descrito como uma sinal de carinho e respeito de quem dedicou a vida ao futebol nacional. Os ex-jogadores dizem seguir atentos à situação da CBF e pedem uma revisão urgente dos estatutos da entidade.

Leia mais: “Jogadores ficaram de fora do processo eleitoral da CBF”

“Desta forma, a presente Carta Aberta serve como forma de ‘desabafo’ dos ex-atletas que sempre lutaram para que o futebol brasileiro pudesse alcançar o lugar merecido em que hoje se encontra.”

Na conclusão, eles pedem alterações na forma com que o presidente é eleito. Pelo peso dos votos, somados, os das federações chegam a 81, contra 60, da soma dos clubes da Série A e da Séride B. Nem os jogadores, nem qualquer representante deles têm direito a voto.

“Ainda, entendemos que deva haver uma urgente alteração nos estatutos da CBF para garantir aos ex-atletas.”

O texto, divulgado nas redes sociais de cada jogador, é assinado por Dunga, Cafu, Ricardo Rocha, Jorginho, Leonardo, Paulo Sérgio, Roque Júnior, Gilmar Rinaldi, Juninho Paulista, Edmílson, Vampeta, Márcio Santos, Zetti, Rivaldo, Ricardinho, Paulo Sérgio, Luizão, Júnior, Dida, Mauro Silva (vice-presidente da FPF), Belletti, Gilberto Silva, Roberto Carlos, Ronaldão e Denílson.







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